Dikota
Dikota, significa mais velho, também proveniente do dialecto kimbundu. Este personagem é um bebedouro antigo e carcomido, com tiradas filosóficas e poéticas e sofrendo de crises existenciais, por a vida já não ser o que era, juventude de hoje não respeitar os padrões tradicionais. Por desejar saír por aí a conhecer o mundo ao invés de ser constantemente considerado de penico de cachorros ou dos pássaros que frequentam a Parada. Entretanto, serve de consciência moralista dos garotos da parada e está constantemente em desavenças com o peludo, porque este gosta de aliviar-se nos seus “pés”.

Personagens
Peludo
É o cachorro da Parada, é folião e intelectual. É muito culto e inconformado. É tão irreverente quanto engatatão, por isso adora gatas o que lhe cria alguns problemas de identidade e de aceitação junto dos outros cachorros. Normalmente, os problemas do Peludo, são aqueles que afligem o cidadão trabalhador comum, só que isso acaba ficando complicado porque ele é um cachorro.
Uma das particularidades deste personagem é que está sempre à bulha com o Dikota, pois como bom cachorro que é gosta de levantar a perninha e… contudo o Dikota acha que isso é humilhante para a sua condição, pois diz-se descendente da aristocracia, diz que o seu nome tem o registo de oito linhagens e por isso não pode ser penico de cachorro.

Zé Enguia
Zé Enguia, é a personagem mistério, nunca ninguém lhe viu o rosto, não se sabe se é da polícia, dos serviços secretos, ou simplesmente um sujeito com mania dos segredos, o certo é que vê mistério em tudo e conspiração até nas coisas mais banais, transformando tudo em que participa, numa jornada do tipo James Bond, só que aqui, ao invés de ser pronto para matar, é pronto para provocar gargalhadas, pelo ridículo das situações que cria.

Chaka
O nome, tal qual o mítico monarca Zulu, assenta numa personalidade truculenta, sempre pronta a resolver os problemas à porrada. É lento de raciocínio, mas com uma lógica linear e sem nuances (o que não é branco é preto, e pronto!). Pensa-se que tem um olhar simiesco, mas não se pode afirmar porque nunca ninguém lhe viu os olhos, mas é um camaradão e é muito amigo do Aniki, com quem paradoxalmente está sempre a discutir.

Aniki
É o espertalhão da Parada. Está sempre a pensar num modo de ganhar vantagem nem que isso significar usar uma trapaça para ludibriar o próximo – é claro que nessas situações sempre se dá mal – e a sua vítima predilecta é o Chaka, por ser lento de raciocínio, por isso estão sempre juntos, mas a discutir. Aniki, por ser muito ávido de dinheiro e outros bens materiais, é também sovina, por isso prefere andar com a roupa toda desmazelada, pois raramente muda e não usa sapatos para não gastá-los. Mas no fundo é um camaradão.

Aristo
Aristóteles, Aristo para os "kambas” da parada, é o cérebro do grupo, é um verdadeiro crânio pensante. Está sempre metido nos livros faz invenções loucas que umas vezes funcionam, outras nem tanto. Expressa-se com termos científicos, por exemplo ao oferecer uma Rosa a uma miúda ele diria permita que lhe ofereça esta Plantae da divisão Magnoliophyta do tipo Rosaceae, o que invariávelmente faz com que as miúdas ou os outros interlocutores o deixem a falar sozinho, e o que o leva a deplorar o primitivismo do resto da humanidade que não o entende e que prefere ficar pelo básico da vida quando esta oferece a magnitude do Cosmo e outras maravilhas da ciência por explorar.

Madal
Madalena, ou simplesmente Madal para os “kambas” da Parada, é profundamente religiosa, é aversa a todos os hábitos e práticas tidas como “mundanas”, na visão da religião cristã – excepto quando ninguém estiver a ver – mas aí penitencia-se e sente-se redimida. Tem uma paixoneta por Aristo cujas falas complicadas deixam-na convencida de estar perante um profeta iluminado por Deus, embora não entenda a maior parte do que ele diz. Madalena está constantemente a criticar o comportamento pecaminoso dos outros e às escondidas ela faz tudo o que critica.

Teté Zongola
Tereza, Teté para os amigos e Teté Zongola para os leitores – Zongola é o equivalente a mexeriqueira na gíria angolana – Está sempre por dentro das coisas sabe sempre tudo sobre todos e sobre toda gente, tem uma fixação em Enguia, pois, por ser misterioso a atrai como a luz aos insectos. Dá-se muito bem com A Madal e tem sempre problemas com o Chaka

Mimi Soluço
É a soprano da Parada, ou melhor a “gritando” uma vez que o seu canto, aos gritos é um autêntico martírio. Adora cantar, mas não tem nenhum jeito para isso, portanto nunca conseguiu reunir qualquer audiência. Dado o seu profundo sentido artístico, adora todo o tipo de arte, por isso, vê poesia em tudo e qualquer coisa a inspira para uma das suas execráveis canções. Tem uma paixão louca por Salvador Daki e está sempre a ver se interessa ao Aniki a tornar-se o seu manager artístico.

Salvador Daki
É o maior artista do mundo, pelo menos essa é a opinião geral da parada. Salvador, com o seu pincel altera a realidade da parada, as suas pinturas por vezes ganham vida e tornam-se parte do contexto da Parada. O Artista vive num mundo próprio e nem sequer se apercebe dos avanços da Mimi. No entanto, tem como grandes amigos o Peludo e o Dikota, pois nestes encontra o equilíbrio inspiracional para a sua arte

Zunzas
É o céptico da Parada, duvida de tudo e nunca está satisfeito com nada. Normalmente anda sempre ao lado de Aristo a criticá-lo e a contrapor-se aos seus projectos e teorias científicas. Está sempre contra as pinturas do Salvador, mas paradoxalmente é o único que gosta de ver a Mimi a cantar – já que toda gente detesta. Normalmente aparece integrado no trio Zunzas, Aniki, Chaka, sendo o elemento moderador, ou melhor é ele que segura o Chaka, sempre que este chateado propõe-se a desancar o Aniki.

Tan-Tan das cavernas
Tan-Tan é doutra época, por isso na Parada ele apenas aparece como personagem de revistinha, mas para os leitores ele é real, vive numa época louca em que os humanos e os dinossauros convivem na mesma era. O engraçado é que o Tan-Tan, mesmo no paleolítico, vive problemas dos dias actuais, ou sofre por não ter os benefícios da actualidade, por exemplo, lamenta-se por ainda não terem inventando a roda, queixa-se por querer dar graças a Deus, mas ter que esperar até o século I para faze-lo, no entanto fica satisfeito por não ter que esperar o salário, nem ter que pagar impostos e por aí em diante.
Na realidade o Tan-Tan é uma forma de satirizar o nosso modus vivendi pelos olhos de um homem das cavernas.

Spider Pedra
É contemporâneo de Tan-Tan, portanto tem o mesmo contexto que este para a parada e para os leitores. Spider, ao contrário do seu homónimo Peter Parker, é um anti-heroi que se sai bem não pela valentia, mas por uma sorte do caraças e a ajuda dos desenhistas e roteiristas que arranjam sempre uma forma de o safar das mais complicadas enrrascadas. Para falar a verdade, Spider passa a vida chateado com o roteirista, é que se era para voar, porquê que não lhe fizeram homem abelha, homem mosca ou outro bicho qualquer com asas ao invés de fazerem-no ficar aí a pendurar-se pelas paredes e apanhando umas quedas aqui e acolá quando se esgota o suprimento de teia que na idade da pedra é caríssimo.
